Neste livro debatemo-nos com tr???s projectos modernos, entendidos como formas de codificar a ac??????o e o discurso. A est???tica enquanto leitura espec???fica do mundo, a cria??????o como afirma??????o subjectiva e a par???dia enquanto pr???tica discursiva. Partimos do princ???pio que a dupla 'ci???ncia - arte' faz parte essencial destes projectos e da perspectiva que vai sendo tra???ada, no Ocidente, a partir de meados de setecentos. A ci???ncia e o mundo experimental dependendo dos factos e da realidade, a criatividade ...
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Neste livro debatemo-nos com tr???s projectos modernos, entendidos como formas de codificar a ac??????o e o discurso. A est???tica enquanto leitura espec???fica do mundo, a cria??????o como afirma??????o subjectiva e a par???dia enquanto pr???tica discursiva. Partimos do princ???pio que a dupla 'ci???ncia - arte' faz parte essencial destes projectos e da perspectiva que vai sendo tra???ada, no Ocidente, a partir de meados de setecentos. A ci???ncia e o mundo experimental dependendo dos factos e da realidade, a criatividade art???stica e est???tica criando factos e gerando realidade. Este entrosar de natureza essencialmente inventiva, ainda que mais ou menos referencial, sucede ???s teo-semioses que entendiam o universo com um dado adquirido e (sempre e j???) por si explicado. Dois modos de significar a vida que se cruzam lentamente e que espelham o modo como o homem se vai impondo como sujeito criador ao longo da modernidade. Contudo, as primeiras teoriza??????es da arte e da est???tica e posteriores aprofundamentos (associados a aspectos como a cria??????o, a inspira??????o, a imagina??????o, etc.) mantiveram um v???nculo profundo (por vezes invis???vel) com formas espirituais de significar o mundo. Para C. Baudelaire, a conquista do belo - o primeiro grande elemento da est???tica - continua a situar-se na linha da ancestral "cultura da promessa", do mesmo modo que, para W. Kandisky, a consci???ncia da cria??????o art???stica ??? uma "opera??????o" associada ao "novo Reino do Esp???rito" . Este ??? um tema capital que perseguiremos neste livro, sobretudo na sua primeira parte, e que se desdobrar???, depois, ??? funda??????o da pr???pria est???tica no s???c. XVIII, ???s codifica??????es rom???nticas e a v???rias outras consideradas relevantes (I. Kant, G. Hegel, M. Heidegger, etc.). Na segunda parte do livro analisaremos algumas no??????es de cria??????o art???stica (incluindo o seu legado gn???stico), para al???m de outras ideias cont???guas, como s???o o "g???nio" de I. Kant e a renova??????o pressuposta pelo "acto criativo" de M. Duchamp (um dos porta-vozes de um conjunto de inova??????es do s???c. XX no campo da criatividade art???stica, nomeadamente o papel do p???blico, as fun??????es da cria??????o enquanto processo e sobretudo a abertura ao est???tico traduzida atrav???s de um conjunto de rela??????es construtoras que ligam o artista ao mundo). Na terceira parte, passaremos para o n???vel dos discursos, colocando, por um lado, em evid???ncia as pr???ticas intertextuais e par???dicas, centrais na cultura do s???c. XX e na actualidade, e, por outro lado, analisando a morfologia e a g???nese de uma linguagem moderna que se tornou no s???mbolo maior do s???culo passado: o cinema.
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