"Plural Majest???tico", reuni???o de contos da segunda metade da d???cada de setenta, retrata a postura do movimento liter???rio engajado que se opunha n???o s??? ??? Ditadura Militar, mas tamb???m ao academicismo e ao establishment liter???rio. Correta e rapidamente, essa literatura foi rotulada de marginal, porque, apesar do conte???do e da qualidade est???tica, n???o encontrava espa???o na imprensa, na academia ou no mundo editorial; seus autores ganhavam a vida em profiss???es sem quaisquer v???nculos com as letras e a ...
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"Plural Majest???tico", reuni???o de contos da segunda metade da d???cada de setenta, retrata a postura do movimento liter???rio engajado que se opunha n???o s??? ??? Ditadura Militar, mas tamb???m ao academicismo e ao establishment liter???rio. Correta e rapidamente, essa literatura foi rotulada de marginal, porque, apesar do conte???do e da qualidade est???tica, n???o encontrava espa???o na imprensa, na academia ou no mundo editorial; seus autores ganhavam a vida em profiss???es sem quaisquer v???nculos com as letras e a mera publica??????o de seus textos era um ato de rebeldia. Com a mesma rapidez com que surgiu o r???tulo "marginal", se iniciou um movimento de coopta??????o e apropria??????o dos valores desse movimento, e, em pouco tempo, acad???micos, jornalistas e outros agentes culturais se apropriaram de seu apelo e de sua for???a, rotulando-se tamb???m de "marginais" e, assim, os marginais verdadeiros foram esquecidos nos escaninhos da hist???ria e substitu???dos por "marginais" com cargos acad???micos, postos de trabalho na burocracia cultural, de tal maneira que, hoje, fica dif???cil definir e avaliar esse movimento que foi muito forte e vivo, puro e saud???vel. Por fidelidade ao clima e aos ideais da ???poca, "Plural Majest???tico" permanece exatamente como nasceu, com todas as virtudes e defeitos, ideol???gicos e formais, ???ticos e est???ticos. Sua leitura permite sentir e avaliar o esp???rito daquele esquecido ou descaracterizado movimento, permite vislumbrar o esp???rito de contesta??????o radical, a vontade de apreender e retratar a sociedade com uma vis???o fruto mais de um "n???s" que de um "eu" po???tico, cujo foco narrativo ora ??? uma esp???cie de consci???ncia social ou at??? mesmo o mero fuxico das pequenas cidades do interior de S???o Paulo. No mais, a maioria desses contos foram publicados em jornais e peri???dicos da ???poca e quase todos foram premiados nos muitos concursos que pululavam no Brasil de ent???o.
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